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do livro BANDIDOS OU TROUXAS? Cartas da Nigéria oferecem milhões de dólares GAMES NEWS Nº 46 - MAI/JUN//97
Muitos empresários do nosso ramo têm recebido cartas vindas da Nigéria. Todas elas oferecem nada menos que vários milhões de dólares de presente. A conversa é sempre a mesma: sua empresa ou o senhor foi escolhido graças ao alto conceito de que goza (não se sabe onde nem por quê). A situação apresentada na carta também não varia muito: os que a remetem se intitulam altos membros do governo, participantes de alguma comissão do Ministério do Petróleo ou qualquer coisa parecida. Antes de mais nada, pedem sigilo e discrição. Informam em seguida que controlam alguma verba destinada a algum pagamento que deveria ser feito pelo governo. Mas, como a verba é maior do que o pagamento necessário, está sobrando dinheiro que, é claro, será roubado do estado nigeriano. E você, cordialmente, está sendo convidado a entrar para a quadrilha e participar desse roubo. A remuneração — ou a sua parte no botim — nunca é inferior a alguns milhões de dólares. Basta aceitar a proposta, enviar o número da sua conta bancária e os milhões de dólares ser-lhe-ão depositados sem maiores problemas. Todas as cartas vêm com nomes, provavelmente fictícios, telefones e números de fax de Lagos, capital da Nigéria. Não sabemos quem compõe essas quadrilhas. Na verdade trata-se de uma tentativa de golpe contra o empresário brasileiro. É claro que, mesmo que você aceitasse entrar para a quadrilha, centavo algum seria depositado na sua conta. Não preciso dizer, quase todo o mundo sabe — Papai Noel não existe. A oferta de um polpudo depósito não passa de uma isca. Se você a morder e começar a trocar correspondência ou telefonemas com os bandidos já estará participando de um crime e já será um bom candidato a vítima de chantagem e extorsão. Como os bandidos dariam continuidade ao golpe, não sabemos. Nenhum empresário do ramo, até onde nos é dado conhecer, entrou no "negócio". O número de cartas e a freqüência com que têm chegado nos faz crer que, por um lado, existe na Nigéria uma indústria organizada do golpe e da extorsão e, por outro, nós, brasileiros, devemos ter por lá fama de bandidos ou de trouxas consumados. Nossa intenção é alertar e orientar os empresários candidatos a vítimas das quadrilhas da Nigéria. Cartas desse tipo, convidando a participar de crimes, devem ser divulgadas e encaminhadas às autoridades nigerianas para que, lá, possam ser tomadas as necessárias medidas policiais. Afinal, aqui no Brasil, todos sabem do velho dito popular, provavelmente desconhecido na Nigéria: quando a esmola é muita, o santo desconfia. |
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