LUDENS VIDEOGAME |
do livro
AMOA/95 - NEW ORLEANS GAMES NEWS Nº 36 - SET/OUT/95
O show da AMOA (Amusement & Music Operators Association) aconteceu este ano em New Orleans - Estados Unidos - entre os dias 21 e 23 de setembro. New Orleans, na foz do Mississípi, é a capital do jazz. Foi lá, nas esquinas da Bourbon Street, nos fundos escuros dos bares do French Quarter (bairro francês) que nasceu a música mais importante deste século. Mas essa cidade americana se diferencia também pela sua rica cozinha que se constituiu basicamente sob influência francesa e negra. Pratos apimentados, muitos frutos do mar e um prato que se encontra em poucos lugares do mundo: arroz com feijão. A exposição anual da AMOA ainda está seguramente entre as mais importantes do mundo com seus 243 exibidores e cerca de 7.400 visitantes. Mas, comparando-a às exposições de anos anteriores, nota-se já algum declínio. E, se considerarmos alguns shows que ocorreram neste ano, podemos dizer que o ranking mundial está se alterando. Enquanto algumas feiras, lentamente, perdem espaço; outras, rapidamente o conquistam. É o caso da SALEX/95, em São Paulo, que em agosto, ainda no seu terceiro ano de existência, já supera os 11.000 visitantes. Na exposição da AMOA, como em várias outras feiras deste ano, marcaram presença as gruas iluminadas, coloridas e sonoras, acompanhadas por bichinhos de pelúcia com todas as caras, cores, formatos e tamanhos. Entre as novidades lançadas durante o show, não muitas, devemos destacar o novo flipper da CAPCOM - o PINBALL MAGIC. Trata-se da primeira máquina de flipper lançada pela empresa japonesa CAPCOM, que assim entra para o clube fechado de Chicago dos tradicionais fabricantes de flippers - Gottlieb, Williams, Bally, Sega (antiga Data East). Os pinballs, desde que apareceram, não têm sofrido grandes alterações estruturais - os fippers foram introduzidos em 1947, os controles eletrônicos em 1978. O PINBALL MAGIC é novo sob vários aspectos. Trata-se de uma máquina modulada composta por conjuntos independentes de peças que podem ser reparadas ou trocadas com pouquíssimo trabalho. Para a detecção de defeitos, a máquina, quando ligada a uma impressora, apresenta um diagnóstico completo, eliminando assim a necessidade daquele técnico com "longa experiência". O jogo também é um módulo - pode ser trocado sem grandes alterações na estrutura da máquina. A MEXEL, do México, apresentou sua nova máquina, a PLANET JACKPOT, a ser colocada no mercado até o fim deste ano. Entre os visitantes, um pouco da história das diversões. Tivemos o prazer de encontrar por lá, alguns amigos: Pedro Secemsky, um dos mais antigos operadores do ramo no Brasil - conhece todo o mundo e sabe de tudo sobre o ramo. Jim Taubert (Mister Flipper) ostentando com orgulho o antigo crachá do seu pai, operador do tempo em que a AMOA era somente MOA. Jim e sua esposa Judy são antiquários apaixonados e colecionadores de equipamentos de diversões. Vale a pena visitá-los na sua casa/museu/oficina/arquivo em Berkeley, Califórnia. Nos seus arquivos bem organizados de folhetos, revistas, manuais, fotos etc., está boa parte da memória e da história dos equipamentos de diversões nos Estados Unidos. Steve Kordek, projetista de equipamentos de diversões, hoje trabalhando com a Williams. Foi ele o primeiro a colocar os flippers nas máquinas na posição em que permanecem até hoje. Criou, entre outras, a MINI GOLF, da Williams e a SPACE MISSION.
O DIA EM QUE A POLÍCIA FOI À FEIRA
No dia 22 de setembro, segundo dia da feira, a polícia do estado da Luisiana resolveu aparecer. Chegou com intimações para algumas empresas - Merit Industries, Microtouch Systems, Rosemary Coin Machines e Dynamo Corporation - obrigando-as, sob ameaça de altíssimas multas, a retirar equipamentos que estavam expostos nos seus estandes. O pretexto, as autoridades sempre têm um pretexto, era que as máquinas expostas por aquelas empresas estavam em desacordo com as leis que dizem respeito ao jogo no estado da Louisiana e, portanto, não podiam ser EXPLORADAS naquele estado. Ora, as máquinas não estavam sendo exploradas mas somente expostas. Mas essas distinções não estão ao alcance de qualquer um. Com isso perderam os expositores que foram obrigados a deixar vazios estandes pelos quais tinham pago, perderam os visitantes que deixaram de ver alguns equipamentos, perdeu a AMOA e perdeu o Estado da Louisiana que com certeza não será mais escolhido como sede de qualquer exposição de equipamentos de diversões. As reações da AMOA e de alguns expositores lesados foram imediatas. "Vocês não precisam se preocupar mais conosco", disse R.A. Green III, presidente da Rosemary Coin Machines Inc., "Nós levaremos nossas 24.000 diárias de hotel para qualquer outro lugar". "Com esta situação", disse John Schumaker, vice-presidente executivo da AMOA, "não somente nós não voltaremos aqui como também outros shows de indústrias de diversões vão considerar seriamente o que aconteceu". Caçar empresários de diversões é um esporte muito popular entre as autoridades de todo o mundo e nós aqui no Brasil, infelizmente, sabemos bem disso. Caçar e afugentar empresários de diversões significa afugentar capitais, tecnologia, empregos, cultura. Mas isso talvez esteja além da capacidade de compreensão ou dos limites da burrice de certas autoridades. |
Se você tem perguntas ou comentários a fazer sobre este web site,
por favor, mande um e-mail para ludens@ludens.com.br
|