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FLIPPER TAMBÉM É ARTE GAMES NEWS Nº 32 - JAN/FEV/95
O MAM, Museu de Arte Moderna de São Paulo, apresentou durante o mês de fevereiro uma exposição de obras de cinco artistas americanos contemporâneos: Charles Bell, Jonathan Borofsky, Robert Indiana, Donald Sultan e Andy Warhol. Apesar da indiscutível importância de todos eles, aqui nos interessa falar um pouco sobre Charles Bell. Charles Bell nasceu em 1935, em Tulsa no estado de Oklahoma. Desenhava e pintava desde criança, mas só veio a se dedicar mais seriamente à arte a partir de 1964. Sua primeira exposição individual é de 1972. A Pop Art, desde os anos 50, trouxe para o ambiente da arte os objetos de grande consumo e as técnicas dos meios de comunicação de massa. Na esteira da Pop Art surgem vários movimentos e, entre eles, o assim chamado Fotorrealismo - um tipo de pintura que se utiliza de técnicas tradicionais mas tem como base a fotografia. Em outras palavras: um quadro fotorrealista é uma pintura a óleo que pretende ser uma reprodução perfeita de uma foto. Bell, no seu trabalho, utiliza as técnicas clássicas: óleo sobre tela, predominantemente, sem excluir aquarela e lápis sobre papel. Seu desenho é rigoroso, assim como sua busca do real: "O olho" - diz ele - "não pode ver o que a mão não pode desenhar" Mas o que o distingue e o torna único é a temática: brinquedos, chicleteiras, bolas de gude, caça-níqueis, máquinas de flipper. Henry Geldzahler, ex-aluno de Bell e que depois publicou um longo estudo sobre o seu trabalho, é quem diz: "Passamos horas intermináveis juntos olhando para máquinas de todos os tipos em bares, empórios e parques de diversões em todo o mundo". Outra característica da sua pintura é o trabalho sobre a escala: escolher o detalhe certo de um objeto - de uma máquina de flipper, por exemplo - e ampliá-lo para as dimensões de um quadro. Bell está indiscutivelmente entre os que chegam na frente: "descobrem" o objeto novo - a chicleteira ou a máquina de flipper - que já estavam lá presentes participando do quotidiano de todo o mundo, mas que ninguém tinha ainda percebido. E talvez seja esse - ver antes dos outros - o trabalho e a grande contribuição daqueles a que damos o nome de artistas. |
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