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do livro
ATEI & IMA/95: TENDÊNCIAS GAMES NEWS Nº 32 - JAN/FEV/95
Entre os dias 24 e 28 de janeiro realizaram-se duas das mais importantes feiras anuais do ramo de diversões: a ATEI, em Londres e a IMA em Frankfurt. Quem visitou as duas pôde observar, antes de mais nada, uma tendência à diversificação, à variedade. Há de tudo: equipamentos tipo "redemption", gruas, cascatas, dardos, kiddie rides, juke boxes, realidade virtual, pebolins e minibilhares para não falar em todas das variantes de slot machines. E que não se assustem os empresários brasileiros: tem também videogame e flipper. Não muito nem nada de novo, mas tem. Observando-se os equipamentos de diversão com uma perspectiva um pouco mais ampla, ao longo dos últimos cem anos, nota-se uma curiosa tendência: As primeiras máquinas, de fins do século passado e início deste, eram estritamente mecânicas. São os pinballs, descendentes diretos da antiga Bagatelle, as slot machines e todas suas variantes. A primeira máquina da Gotlieb na década de 30, a Baffle Ball, ainda era inteiramente mecânica. Foi Harry Williams, em 1933, que criou a Contact, primeira máquina eletromecânica. Dai até a década de 70 praticamente todos os equipamentos eram eletromecânicos. Depois, a partir dos anos 70, com o desenvolvimento das primeiras CPUs, chips controladores de computador, tudo que era eletromecânico foi varrido do mercado e substituído pelos equipamentos eletrônicos. Tudo passou a acontecer na telinha. Foi a era de ouro do videogame. O sucesso começou com as Space Invaders, continuou com as Pac-Man e, mais recentemente, ainda se manteve com as Street Fighter em todas as suas variantes. Hoje, no videogame, não há propriamente novidade: as telas aumentaram de tamanho e melhoraram a definição, as placas vão sendo substituídas por cartuchos e, agora, por CDs, mas jogo novo mesmo não tem. Não há nada que vá além dos simuladores de corridas de carros ou das muitas versões de lutas. Refazendo o percurso: os equipamentos passaram de mecânicos para eletromecânicos, na década de 30; de eletromecânicos para eletrônicos na década de 70. Agora, meados da década de 90, para nossa surpresa os equipamentos de diversões começam a ser mecânico-eletrônicos. Voltam os jogos e brinquedos mecânicos mais antigos mantendo até, curiosamente, o mesmo aspecto. É o caso das "redemption", sucessores dos antigos brinquedos de parques de diversões. Você continua a demonstrar sua habilidade acertando bonequinhos, encestando bolas, alimentando cachorrinhos, batendo na cabeça de palhaços, marcando pontos e ganhando toda espécie de prêmios. Reaparecem também antigos equipamentos mecânicos, simuladores de corridas de cavalos. Mas tudo isso agora é controlado eletronicamente. Até tradicionais equipamentos de cassinos, como a roleta, têm suas versões eletrônicas. A roleta continua a girar, mas a bolinha já não é lançada por um crupier e sim por um dispositivo mecânico, - sem contato manual - mais confiável. O jogo é feito por meio de botões que controlam cursores sobre um monitor. Aqui, devo confessar, sou conservador. Nada, para mim, substituirá a beleza das fichas coloridas sobre o pano verde. Outra tendência que se observa é a fusão de jogos diferentes num só: algumas cascatas fazem com que as fichas passem por um percurso aleatório entre pinos usando recursos dos mais antigos pinballs. As máquinas de videobingo e as slot machines, acrescentam continuações ou variantes cuja origem está nos jogos de video-pôquer. Enfim, o momento não é de grandes novidades mas de adaptação de antigos jogos às novas tecnologias. |
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